sábado, 5 de dezembro de 2009

Fátima Bernardes que me aguarde

"Começa na aberta, vai pra fechada, volta pra aberta, fechada, fechada, aberta..." Muito antes de decidir a sequência das câmeras para a apresentação do telejornal, já trabalhávamos muito para que o resultado final fosse o melhor possível. A escolha e construção da pauta, a distribuição das tarefas, a formulação das perguntas para as entrevistas, a construção dos textos, a captação das imagens. Matéria pronta. Pronta? Ainda não. Pela frente ela, a inevitável edição. Seguindo o roteiro, a matéria ficou ótima, com quatro minutos. Mas, temos que fechá-la em 1'40". Corta isso, junta as sonoras, corta aquilo, derruba a passagem, muda o off. Ufa. Terminamos. Ops. O script. Faz a nota pelada, as cabeças, a escalada. Não esquece as deixas, os tempos, a despedida. Todo o material reunido, vamos apresentar. Essa cor de roupa não pode ser usada, o cabelo deve estar para trás, o brinco deve ser minúsculo. "Fabi, essa maquiagem está boa?" "Mas Luana, tu nem está maquiada!". Maquiagem novamente. Agora sim. Tudo pronto.



Minhas mãos suavam muito, minha voz tremia, eu tremia. Fiquei muito séria, meus olhos se perderam algumas vezes, suspirei em momento indevidos, pareci um pouco desconfortável na bancada.... Será que a matéria ficou bem completa? As cabeças forma criativas? O que errei e nem percebi? Só me resta esperar a sentença final da Fabi.

Desde cedo admiti que não me sentia à vontade com a televisão. Mas depois de passar por todo o processo percebo que não é tão difícil como imaginei. Mas como a Fabi diz, é o primeiro. E como tudo o que faço tento fazer o melhor, a Fátima Bernardes que me aguarde.

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