terça-feira, 28 de junho de 2011

Barba, cabelo e bigode - Gazeta do Sul - 25/06/11

Olá colegas e Fabi! Tudo bem?!

Sim, apareci!

Como em nossas aulas tivemos exemplos de telejornais da Rede Globo, achei interessante trazer esta matéria sobre a Record.
Para quem não leu na Gazeta do dia 25, segue abaixo a matéria sobre a contratação do Herótodo Barbeiro para o Record News. Vale a pena!


Barba, cabelo e bigode
Mauro Trindade/TV Press

A recente contratação de Heródoto Barbeiro para o Jornal da Record News (de segunda a sexta-feira, às 21 horas, na Record News) contraria uma prática comum no telejornalismo. Antes da criação da internet, do advento de Lady Gaga e quando os dinossauros caminhavam sobre a Terra, era comum que apenas jornalistas fotogênicos pudessem chegar à televisão. Obesos e veteranos em geral não tinham espaço na tevê. Pois o ótimo Heródoto, com aquele visual de foragido de O Gabinete do Doutor Caligari, não apenas conquista um cargo como telejornalista, mas se torna o âncora do principal programa da emissora.
Talvez, para compensar o ar maduro do jornalista, ele tenha recebido como companhia de bancada a bela Thalita Oliveira. A dupla não decepciona. Apresenta as notícias com objetividade e clareza, é bem-humorada quando dá para ser e consegue, amiúde, aprofundar algumas reportagens que, por sinal, são mais extensas que em outras emissoras. O que alonga o jornal em mais de uma hora. A série investigativa a respeito do crescimento vertiginoso da fortuna de Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), por exemplo, se destacou ante o silêncio constrangedor da maioria da imprensa sobre o assunto.
De resto, o jornal – e a Record News – segue o mesmo padrão internacional das emissoras voltadas ao jornalismo, com um fundo azul, uso e abuso de infográficos, muita imagem de arquivo para cobrir o texto dos repórteres e os âncoras em plano americano. E segue a máxima de que a boa notícia é a má notícia, com muitos vulcões, terremotos, delinquência e outras desgraças naturais e sociais. A estrutura é a mesma de quase todos os telejornais, baseada nos antecessores impressos, com escalada de notícias – a primeira página –, seguida pela política nacional, economia, política internacional, esporte e variedades, a vala comum na qual terminam matérias de cultura, moda e entretenimento.
O melhor do Jornal da Record News é a diferença. Dos ternos e tailleurs aos comentários dos apresentadores. São eles que dão contexto e sentido ao jorro de notícias despejado sobre o telespectador, que pode terminar assistindo a um desfile de moda com o mesmo interesse que a um genocídio na África subsaariana. O excesso de informação é igual a informação nenhuma e só a análise da notícia pode dar ao telespectador a dimensão real do que acontece no mundo. Jornal não é novela.

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