domingo, 17 de abril de 2011
Escrever para a TV
Lendo o texto da Vera Iris Paternos e pensando nas diferenças entre escrever para o impresso e para a TV, lembrei de uma parte do livro 'Jornal Nacional - Modo de fazer'. No trecho, William Bonner conta cinco dicas que a produção do telejornal segue para alcançar uma linguagem adequada.
São elas:
1. Flexionar os verbos em seu tempo real. Passado é passado, presente é presente, futuro é futuro. É assim que as pessoas comuns falam. Somos pessoas comuns.
2. Utilizar termos de compreensão mais imediata para a maioria das pessoas. Por que mensionar uma "coalizão partidária" num texto se pudermos dizer que houve uma "aliaça de partidos"?
3. Botar adjetivos, quando necessário, depois dos substantivos. Porque uma dona de casa não diz: "Fulano recebem bom salário". Ela diz que fulano recebe um salário bom. Ou que o salário do fulano é bom. Nós, no JN, estamos contando coisas. Não estamos declamando poemas, nem discursando em púlpitos, nem interpretando textos dramáticos.
4. Desdobrar frases muito longas em outras mais curtas. Porque uma frase longa demais é instintivamente reduzida por quem fala de forma natural, até mesmo para preservar a própria respiração.
5. Evitar a intercalação de orações - e procurar construí-las na ordem direta.
Em síntese, contruir um texto de forma clara, precisa, direta, objetiva e coloquial garante que a informação seja recebida e entendida, de fato. E é isso que permite conquistar um telespectador anônimo - de diferentes idades, condições econônicas e modo de vida - e a audiência. De novo, vale a dica do Drummond: "Escrever é cortar palavras".
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Juliana:
ResponderExcluirIsso aí. Vejo que você está pegando o espírito da coisa do texto televisivo.
A meta é contar boas histórias.
bj